Isaias Augusto
Luiz Domingues
O debate de candidatos a vice-prefeito de Suzano foi uma surpresa positiva para quem não conhecia muito bem os postulantes. Em duas horas e meia os candidatos puderam apresentar propostas no evento realizado pela OAB de Suzano.
O candidato Vágner Zapponi (PRB) disse durante todo o debate que quer, junto com Valdicir Stuani (PT), dar continuidade ao que Marcelo Candido (PT) fez. Para ele a saúde está as mil maravilhas. Segundo o candidato, o Governo Federal já teria depositado R$ 24 milhões para o Hospital Federal, fato que até o momento não foi comprovado por nenhum dos jornais da região.
Rodrigo Ashiuchi (PSL) discordou de Zapponi, dizendo que a saúde de Suzano está na UTI, e que as Santa Casas são particulares. O vice de Stuani então partiu para o ataque. Segundo Zapponi, o responsável por boa parte dos problemas de Suzano seria o vereador Israel Lacerda (PTB), por ter “votado contra o povo em diversas ocasiões, inibindo as ações do prefeito Marcelo Candido”. Além disso, para Zapponi as propostas de Lacerda para a saúde são utópicas.
Já na área de transportes, Ashiuchi defendeu a Visul, dizendo que a empresa foi prejudicada por motivos políticos, e questionou o aumento da passagem feito pela Radial de R$ 2 para R$ 2,90. Zapponi, no entanto, defendeu o reajuste dizendo que havia dois anos que não tinha aumento.
O destaque positivo ficou para Marcelo Hoffman (PSD), que surpreendeu a todos por sua calma e eloquência. Marcelo criticou a saúde e disse que, como médico, percebe diariamente que a área está degradada em Suzano. O candidato também falou sobre transporte público e disse que Rafa Garcia (PSD) pretende subsidiar a passagem, para reduzi-la a R$ 2.
Ao ser questionada por Moacyr Alves (PSDC) se Paulo Tokuzumi (PSDB) não seria culpado pela falta de mobilidade urbana e por obras inacabadas, por já ter sido prefeito, Viviane Galvão (DEM) também foi segura, e mesmo pressionada conseguiu reagir bem. “Colocar a culpa num governo de 16 anos atrás é muito para qualquer candidato. Estamos saindo de um governo petista de oito anos que não fez nada para resolver esses problemas por razões político-partidárias”, disse.
A candidata ainda destacou o compromisso do Governo Estadual em terminar a Marginal do Una, e que o prefeito Marcelo Candido recebeu verba do ministério do Turismo para terminar o Ginásio do Max Feffer e não o fez. “Paulo Tokuzumi e eu vamos concluir aquela obra”.
Já o ex-vereador Nardinho (PDT) foi o destaque negativo do debate. No segundo bloco, ao ser questionado sobre o uso e ocupação do solo em Suzano, o candidato ficou nervoso e como se não soubesse do que o tema tratava deu voltas e voltas dizendo o quanto “é importante a questão ser discutida”, mas sem conseguir responder.
Em suas considerações finais, Nardinho se justificou dizendo que “podia até se expressar mal, mas que era grandioso na hora de realizar as coisas”. Nardinho também criticou o fato da cidade hoje viver só de cultura. “É muito pouco para uma cidade como Suzano”. Ele também elogiou muito seu candidato a prefeito Jorginho Abissamra (PSB) e falou sobre o tempo em que era secretário municipal de Esportes nas gestões Estevam Galvão e Paulo Tokuzumi.
Mais propostas
O debate de vices teve um número maior de propostas do que o de candidatos a prefeito realizado pelo Diário de Suzano. Ainda que quase todos os candidatos tenham se dedicado a criticar o governo atual, houve menos confrontos diretos, praticamente limitados entre Zapponi e Ashiuchi, o que chegou a render ao candidato do PSL um direito de resposta para defender Lacerda. “Utópicas não são nossas propostas, mas sim colocar falsa médica para atender no Pronto Socorro”, disse Ashiuchi.
Já Zapponi disse que gostaria de distribuir um panfleto com “todas as realizações de Marcelo Candido enquanto prefeito” para os que “não estariam bem informados”. Fora do microfone, Viviane pediu um daqueles panfletos para “dizer para Zapponi o que o Marcelo Candido não fez”.
Inexperiência
Ficou nítido na participação de alguns candidatos o nervosismo. Moacyr, Nardinho e Marcus Ramalho (PSTU) chegaram a ler algumas respostas e considerações finais. Marcus ainda pareceu não entender algumas perguntas. Ao ser questionado sobre políticas para as mulheres que sofrem violência doméstica, o candidato fez um discurso em defesa do aborto.
O candidato também defendeu o uso de 10% do PIB na educação, proposta irrealista segundo Viviane Galvão e Vágner Zapponi. “O PIB de Suzano gira em torno de 5 bilhões. 10% disso é praticamente todo o nosso orçamento. A proposta é impraticável”, disse Viviane.
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