Arquivo de fevereiro, 2012


No começo deste mês o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) ordenou que a Câmara de Suzano demitisse 27 funcionários comissionados por considerar que os cargos não deveriam ser preenchidos por indicação de vereadores, como acontecia.

A decisão não é inédita. A maioria dos cargos já foi extinta e criada novamente, mas o método para preenchê-los continua o mesmo: indicação política. Os vereadores dizem que a demissão destes funcionários acarretará em falta de mão de obra na Casa de Leis, por se tratarem de cargos técnicos importantes, e já iniciaram um movimento para recriarem os mesmos lugares, talvez com novas nomenclaturas. Já até se especula quais os vereadores que vão indicar os novos funcionários biônicos.

Não há mentira em dizer que existem cargos que são de confiança, e seu preenchimento deveria ser exclusivamente por indicação, como os que são lotados exclusivamente em um gabinete: assessor legislativo, chefe de gabinete, etc. Mas se são funções que prestam serviço para todos os vereadores e para a Câmara no geral (assessor de imprensa, procurador jurídico, etc.), a Mesa Diretiva deveria realizar concurso público para o provimento dos cargos.

Não há razão alguma para que a indicação política seja fator determinante para o preenchimento destas vagas, a não ser o escambo e a transformação destas posições em “espólio” de vereadores.

Exatamente um ano atrás, o mesmo TJ-SP ordenou que a Prefeitura de Suzano demitisse 294 funcionários comissionados pelo mesmo motivo. Partindo do fato histórico de que os vereadores (principalmente de oposição) tanto lutaram nos últimos anos pela correção do Executivo, seria interessante e oportuno que o fizessem também na Casa de Leis.

Após o aumento absurdo de seus próprios salários, os parlamentares estão devendo uma atitude coerente com seus discursos. Por sinal, os vereadores de situação são os únicos a se declararem contra a recriação destes cargos, muito mais por não poderem indicar os biônicos, do que por consciência da imoralidade da ação.

Não discuto aqui a competência destes funcionários. Pessoalmente, conheço alguns muito preparados para estarem ali, e que trabalharam na Casa por várias legislaturas. Conhecem o Regimento Interno e a Lei Orgânica suzanense de cor. Na maioria das vezes, eles são obrigados a deixar o trabalho a cada mudança política na Câmara, o que lhes causa insegurança no cumprimento da função. Mas outros são paraquedistas, que de Suzano ou de Legislativo nada conhecem.

Noves fora, o melhor e mais justo seria que o método para a contratação de funcionários na Casa de Leis fosse o concurso público. Evitar-se-ia casos escabrosos, e não se impediria que os competentes alcançassem as vagas, com a segurança e estabilidade merecidas.

A notícia chocou o país, e principalmente a região do Alto Tietê. Um jet ski descontrolado atropelou e matou a pequena Grazielly, de apenas 3 anos na praia de Guaratuba, Bertioga (SP). No comando do aparelho, um garoto de 13 anos, afilhado do empresário José Augusto Cardoso, o Zé Cardoso (PSDB), dono do jet ski (o aparelho está registrado no nome de seu filho, Luis Augusto).

A tragédia não refletirá nas eleições, já que Zé Cardoso é carta fora do baralho desde a chegada de Paulo Tokuzumi ao PSDB (saiba mais aqui e aqui). Mas algumas consequências podem ser observadas. A primeira, e sofrível, é a boataria.

Já foi possível encontrar nas redes sociais alguns desinformados postando a informação inverídica de que Estevam Galvão seria pai do garoto acusado do ato infracional. A julgar pelo histórico da cidade, não espantará se algum jornal apócrifo for confeccionado e distribuído casa a casa para espalhar a mentira.

Além disso, chama a atenção o silêncio do empresário até o momento, que só se pronunciou por meio de advogado. Silêncio que não condiz com a personalidade espalhafatosa e exagerada de Zé Cardoso.

Nos últimos meses, mesmo sem respaldo algum, Zé tem feito questão de sustentar que é pré-candidato à prefeitura de Suzano. Conhecido por festas populares e por esbanjar dinheiro para tentar amenizar sua imagem desgastada, o empresário deveria vir a público e dar as devidas explicações que a sociedade procura.

Para isentá-lo de qualquer culpa, o advogado tenta dar vida à versão de que o caseiro foi responsável pelo menor no jet ski. O caseiro! Cabe ao judiciário decidir quem está com a razão. Mas, politicamente, Zé terá duas opções: a primeira, e menos desonrosa, seria declarar que desistiu de qualquer disputa política, e que dedicará sua fortuna a amenizar a dor da família de Grazielly (o que por si só é impossível, como colocar um preço em uma vida?).

A segunda possibilidade é lutar com unhas e dentes por um cargo eletivo, para conseguir imunidade parlamentar e enterrar de vez qualquer possibilidade de ser responsabilizado pela negligência. Saída covarde, mas que seria “só mais uma” em sua infame biografia.

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Nota: Sem postagens desde o ocorrido, o blog Cenário Político lamenta a morte do deputado estadual José Candido (PT). As condolências aos familiares e amigos.


Em 2010 os deputados federais aumentaram seus salários em 62,5%. Na ocasião, os parlamentares aproveitaram a proximidade do Natal e votaram em dezembro a matéria, na calada da noite. Além dos deputados, senadores, ministros, o vice-presidente e o presidente da República também receberam o aumento. Houve uma gritaria inócua. Nada mudou, mas o estrago feito naquela noite foi muito maior que o simples aumento dos salários daqueles deputados federais, e os reflexos começaram a chegar aos municípios.

A Constituição Federal (cap. IV, Art. 29, inciso VI) determina que o teto para o subsídio dos vereadores de municípios com até 300 mil habitantes seja de 50% do que ganha um deputado estadual, que por sua vez não pode ganhar mais que 75% que um deputado federal (cap. III, Art. 27º, § 2º). Este fato está virando argumento para que os vereadores aumentem os seus salários em vários municípios.

Suzano, por sua vez, não foi diferente. O projeto só foi revelado pelo jornal Diário de Suzano. O periódico descobriu que havia a propositura e que, devido à medida ser impopular seria votada apenas próximo do Carnaval, para que não houvesse tempo de existir reclamações por parte da população. Não bastasse isso, os vereadores apresentaram o projeto no mesmo dia desta revelação, e em caráter de urgência concederam a si mesmos um aumento de mais de 65% em seus vencimentos. O subsídio, que hoje é de R$ 6 mil, passará para R$ 10 mil no ano que vem.

Ninguém votou contra.

Aos nobres vereadores digo que aprovar este aumento absurdo é um erro de diversos pontos de vista. A começar ao usar a CF como argumento, já que ela prevê um teto, e não um piso. Não é obrigação de vocês aumentarem os seus próprios salários somente porque é possível, como declararam os vereadores Rafael Garcia (PSD) e Zaqueu Rangel (PSDB). É uma afronta à população, e principalmente, aos servidores públicos.

Já o vereador Derli Dourado (PT) declarou ao Diário de Suzano que o aumento era justo, pois considerava que era “reposição de perdas”. Só não sei quais, já que a inflação passou longe desta porcentagem. O mesmo vereador acha que o aumento de salário evita a corrupção, já que o parlamentar tem que “viver exclusivamente do seu salário”. Como se R$ 6 mil fosse algo insuficiente.

Nos últimos oito anos, o funcionalismo foi desvalorizado brutalmente pelo atual prefeito, Marcelo Candido (PT), a quem a maioria de vocês, parlamentares, se opôs. Com que cara vocês vão encarar o funcionário que recebeu, em oitos anos, menos que a reposição inflacionária do período como recompensa pelo trabalho bem feito?

Não adianta discursar em Tribuna Livre. Apregoar boas condições de trabalho e um salário decente para o funcionalismo enquanto concede a si mesmo um aumento abusivo é desrespeitoso com os milhares de pais e mães de famílias que servem à população. É brincar com a inteligência do mesmo povo que em outubro depositará (ou não) a confiança novamente em vocês.

Do ponto de vista estratégico, somente propor um aumento nesta escala é um tiro no pé, quanto mais defender com unhas e dentes. Estamos em ano de eleição e a população não é burra, ao contrário do que muitos pensam. Se alguns de vocês, vereadores, têm objetivos maiores que a Casa de Leis, é bom repensar esta posição. Se há algo que a população, e principalmente o funcionalismo não perdoa é traição.

Além disso, vocês darão ao prefeito Marcelo Candido uma oportunidade única de dar uma bola dentro. Se o prefeito vetar o aumento, como ocorreu em Belo Horizonte (MG), será positivo para a imagem dele, e negativo para a imagem de vocês, vereadores. Será capa do Diário de Suzano, e a informação será explorada massivamente ao longo do ano. Em BH, movido pelo clamor popular (onde foi criado o movimento “Nas urnas eu veto!”), o prefeito foi ovacionado quando vetou. Em Campinas (SP), os vereadores receberam ovadas quando aprovaram. É puramente uma questão de escolha, e vocês fizeram a pior.

O trabalhador comum não pode decidir quanto vai ganhar nos próximos anos. Seria ótimo que, quem tem esse poder, utilizasse o bom senso.

Salários de alguns cargos em Suzano*

Cargo Salário Inicial Quantos profissionais/ vereador
Vereador com aumento R$ 10 mil 1
Assistente Social R$ 3,4 mil 3
Biomédico R$ 3,4 mil 3
Borracheiro R$ 1 mil 10
Professor 24H R$ 1,4 mil 7,1
Merendeira R$ 876 11,4
Pedreiro R$ 1,1 mil 9
Sepultador (Coveiro) R$ 876 11,4
Arquiteto R$ 4 mil 2,5
Ajudante Geral R$ 876 11,4
Guarda Municipal (3ª classe) R$ 1 mil 10

(fonte: Estatuto dos Funcionários Públicos de Suzano)

“Nas urnas, eu veto!”

A coluna Lance Livre, do Diário de Suzano, em sua edição do dia 08 de fevereiro de 2012, fala sobre a votação do aumento salarial dos vereadores.

Na gaveta de Zaqueu
Já está na gaveta do presidente da Câmara de Suzano, vereador Zaqueu Rangel (PSDB), o projeto de Resolução da Mesa Diretiva, que prevê reajuste nos salários dos vereadores para o período de 2013 a 2016

Quando vota?
O projeto é impopular e polêmico. Por conta disso, já existe dentro do Legislativo um entendimento para que o projeto seja votado no período de Carnaval. Assim, evita-se grande publicidade da matéria.

Quanto vai?

O salário vai de pouco mais de R$ 6 mil para R$ 10 mil.

Os vereadores alegam seguir a constituição, que atrela o salário dos vereadores aos dos deputados estaduais. Sendo assim eles podem reajustar o próprio salário sempre que os parlamentares fizerem o mesmo em seus Estados. A legalidade ninguém discute, mas, como perguntar não ofende, será que esse é o momento ideal para tal propositura?

Suzano enfrenta os mais diversos problemas: crise na saúde, crise no transporte, enchentes, péssima infraestrutura, ruas mal cuidadas, trânsito caótico, etc. Os servidores permaneceram cinco anos sem aumento e devem ter uma reposição salarial na casa dos 6% em março de 2013.

Mais visado será o posicionamento dos vereadores oposicionistas, críticos ferrenhos do mandato de Marcelo Candido (PT), os parlamentares terão a chance de mostrar à população que não agem de acordo com os seus interesses. Votando contra o absurdo aumento mostrarão que seus discursos não são apenas palavras. Votando a favor passarão a imagem de que “político é tudo igual”, pois estarão agindo em interesse próprio.

Em números

O que agrava a situação em Suzano é o aumento no número de vereadores. Dos atuais 14, passaremos a ter 21. O gasto atual do município apenas com salários de vereadores está em aproximadamente R$ 1 milhão anual. Com 21 vereadores e um aumento absurdo, passaremos a gastar R$ 2,5 milhões por ano, somente com os subsídios dos legisladores, o que totaliza um aumento abusivo de 150% nos gastos da Casa de Leis.

Não se inclui na conta o valor de verba de gabinete, salários de assessores, veículos novos e combustível, e até a construção de uma nova sede, gastos criados por causa da decisão de aumentar o número de vereadores.

Outras cidades

Esta situação não é exclusividade de Suzano. Várias cidades por todo o país  tem visto seus legisladores utilizando o poder para “legislar em causa própria”. O caso mais escandaloso aconteceu em Campinas (SP), onde os vereadores aumentaram seus salários em 126%, de R$ 6,6 mil para R$ 15 mil.

A polêmica em Campinas foi tanta que gerou um quebra-quebra na sessão em que o aumento foi votado, registrada pela Bandeirantes e comentada por Boris Casoy:

Apesar da mobilização da população, o aumento foi votado e aprovado. Mas a revolta fez com que se criasse um mecanismo para deixar o processo mais transparente. O projeto ainda irá à votação, mas é fruto da mobilização popular em torno do polêmico assunto.

Em Belo Horizonte (MG), o prefeito Márcio Lacerda (PSB), amparado pelo clamor popular e pela legislação, vetou o aumento de 61,8% que os vereadores haviam votado e aprovado. A repercussão foi tanta que o presidente da Casa de Leis, o vereador Léo Burguês (PSDB), prometeu não derrubar o veto.

Algumas cidades que aumentaram o salário dos vereadores:

Cidade Quanto recebiam Quanto receberão Aumento em % (aprox.)
Campinas (SP) R$ 6,6 mil R$ 15 mil 126%
São Paulo (SP) R$ 9 mil (até março de 2011) R$ 11 mil (de março de 2011 a dezembro de 2012) e R$ 15 mil (a partir de 2013) + a criação de um 13º salário 62%
Recife (PE) R$ 9 mil R$ 15 mil 62%
Blumenau (SC) R$ 5,4 mil R$ 7,3 mil 35%
Maringá (PR) R$ 6,3 mil R$ 12 mil 90%
Colatina (ES) R$ 3,3 mil R$ 7,3 mil 110%
Charqueada (SP) R$ 2 mil R$ 4,4 mil (o presidente da Câmara ganha R$ 5,2 mil) 120%
Curitiba (PR) R$ 10,4 mil R$13,5 mil + a criação de um 13º salário 28%
Palmas (TO) R$ 6 mil R$ 10 mil 66%
Vinhedo (SP) R$ 4,9 mil R$ 8 mil 65%
Uberlândia (MG) R$ 9,7 mil R$ 15 mil 53,7%

Resta saber agora qual será o caminho escolhido pelos vereadores suzanenses, sabendo que os servidores do município tiveram seus salários achatados nos últimos anos e que a maioria dos trabalhadores em todo o país mal possuem a reposição da inflação anualmente.

Ninguém exige que político trabalhe de graça, ou que tenham um devido aumento, mas é necessário ter bom senso e colocar em prática os discursos acalorados de amor a Suzano, de respeito ao cidadão e de ética na vida pública. Aumentar o próprio salário de R$ 6 mil para R$ 10 mil é uma afronta ao povo.

Será vantajoso votar um projeto desses no último ano de mandato, com uma eleição pela frente?

O povo deverá responder em outubro.

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De acordo com o Diário de Suzano do dia 9 de fevereiro, os vereadores votaram e aprovaram na sessão de ontem (8) o aumento. Em poucos minutos, os vereadores apresentaram o projeto em regime de urgência, votaram e aprovaram um aumento para si mesmos.

Nenhum parlamentar se opôs a receber R$ 4 mil a mais no fim do mês.

Para ler a primeira parte desta entrevista, clique aqui.

Para ler a segunda parte desta entrevista, clique aqui.

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CP – Como foi a formação do PSD em Mogi das Cruzes?

Junji Abe – Foi uma formação vitoriosa, a exemplo do que ocorreu nos demais municípios do Alto Tietê e Vale do Paraíba, regiões onde cuido da evolução do PSD e que foram colocadas sob minha responsabilidade pelo presidente nacional do partido, o prefeito Gilberto Kassab. Sempre se falou que o sabor da vitória é maior quanto maiores são as dificuldades superadas. É uma verdade pura. Foram muitos obstáculos vencidos até a oficialização do nosso PSD que terá seu batismo eleitoral neste ano.  Asseguro que o PSD se apresentará ao eleitorado, a partir das eleições municipais deste ano, com candidatos extremamente preparados e sintonizados com a linha de atuação da legenda.

CP – O PSD foi muito criticado nacionalmente por quem diz que o partido não tem uma ideologia. Qual o seu posicionamento em relação à presidente Dilma Rousseff?

Junji Abe – Nossa posição é de total independência. Não fazemos oposição sistemática nem batemos continência para o governo a qualquer momento. Não somos partido de reboque e muito menos partido de cabresto. Vamos apoiar o governo nas ações que entendemos positivas para a população e atacar ferozmente aquilo que contrariar interesses da coletividade. O PSD surge com o conceito de uma agremiação pautada pelo equilíbrio e busca de coalizão, longe de radicalismos, em prol de uma sociedade mais justa e igualitária

Na atual conjuntura político-partidária, em que virou comum a barganha de apoio ao governo por espaço nos órgãos da União, o PSD não pleiteia cargos nem nada do gênero. Ao contrário, nossa meta é romper esta cultura daninha que tantos males gera ao País, porque retira dos congressistas a missão de fiscalizar e transforma o Legislativo em puxadinho do Executivo.

O PSD não surgiu para ser apenas mais um militante na política, mas sim para trabalhar integralmente pelo bem do Brasil. Por isto almeja o poder. E não vem com uma receita pronta. Quer que o povo diga o que deve ser feito. Vamos buscar na sociedade os parâmetros que nortearão a doutrina partidária. Com esse objetivo, surgiu o recém-criado Espaço Democrático. Vamos resgatar a credibilidade da classe política a partir da mudança de postura, fazendo renascer na população a firme esperança de um País melhor.

Será com nossa postura diária, idônea e diferente de tudo que aí está, que mostraremos, gradativamente, a essência e a filosofia de atuação do PSD aos formadores de opinião, à Imprensa e à população. Todos que ingressaram no PSD, unanimemente, sabem dessas responsabilidades que são a razão da existência do nosso partido. Não temos a pretensão de conseguir o reconhecimento do PSD pela população, da noite para o dia. O processo é lento. Só o tempo mostrará o que significa o PSD e a que veio. As pessoas entenderão a ideologia do partido no dia a dia, por meio da atuação de seus integrantes no Legislativo e Executivo.

CP – Você poderia explicar a proposta do PSD por uma nova Constituição?

Junji Abe – O PSD propõe que, em 2014, além dos deputados federais e senadores, os eleitores votem em um terceiro parlamentar que, com dois anos de mandato, teria a incumbência de revisar a Constituição Federal. O grupo de constituintes não receberia salário e nem seria integrado por congressistas já eleitos. Impossível é conviver com remendos constitucionais e improvisações oportunistas, enquanto um pacto federativo superado impõe a municípios, Estados e à própria União limitações, constrangimentos e falta de recursos para dar aos brasileiros serviços dignos de saúde, educação, segurança, justiça e oportunidade igual para todos.

Na verdade, a revisão já chegará com enorme atraso. A primeira deveria ter sido executada cinco anos após a promulgação, ou seja, em 1993, haja vista que a atual Constituição, emendada e remendada como colcha de retalhos, foi promulgada em 1988. A própria elaboração da Carta Magna começou de modo errado. Não poderia ter sido produzida por parlamentares no exercício de mandato. O trabalho fica comprometido em razão de interesses dos próprios políticos, de suas amarras partidárias, de suas vinculações com determinados grupos sociais, enfim, não tem a isenção necessária para a grandiosa tarefa de nortear os rumos da Nação.

As reformas político-partidária, tributária, previdenciária e trabalhista, entre outras medidas essenciais para melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro, só serão realidade com uma profunda reformulação constitucional, executada por brasileiros com elevado espírito público, despojados de ideologia partidária e fora de qualquer função pública.

CP – Você participará das eleições deste ano de que maneira?

As últimas pesquisas encomendadas pelo Bertaiolli mostram o franco favoritismo dele em relação aos outros pré-candidatos. Mas, como a campanha e a eleição estão distantes, conforme o andar da carruagem, entendo que figuras de prestígio e respeitabilidade, independentemente de serem ou não do nosso partido, serão convidadas para participar dos programas eleitorais em rádio e tevê.

Modéstia à parte, nossa participação na campanha de 2008, solicitando à população que votasse no Bertaiolli, foi decisiva. Isto se deve ao fato de que nossa administração registrava uma avaliação extremamente positiva por parte da opinião pública – 86 % de aprovação popular, conforme pesquisas da época. É claro que a qualidade do, então, candidato Bertaiolli foi fundamental.

Com minha experiência, posso antecipar que só participarei da campanha à reeleição do Bertaiolli, com presença nos programas de rádio e tevê, se a minha figura influir positivamente para reforçar a imagem do prefeito junto à população. Somos amigos leais. Por esta razão, sabemos, cada qual, das nossas responsabilidades, principalmente em relação ao povo de Mogi das Cruzes. Acima de tudo, não sou pessoa de desistir de desafios.

CP – Tem sido especulado na cidade que o seu filho Juliano seria pré-candidato a vereador, a informação procede?

Junji Abe – Procede. É pré-candidato sim.

CP – Como era sua relação com o ex-prefeito Waldemar Costa Filho? E com o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR), o Boy?

Junji Abe – Minha relação com o falecido ex-prefeito Waldemar Costa Filho sempre foi de total respeito e, como mogiano que sou, também de gratidão pelas fundamentais obras que ele concretizou, como a Mogi-Dutra e a Mogi Bertioga. Em que pesem as diferenças de estilo, tinha respeito e admiração por Waldemar. Eu e Valdemar Costa Neto, o Boy, temos uma relação cordial entre parlamentares.

CP – Você tem se dedicado às redes sociais. Qual a importância de estar próximo ao eleitor?

Junji Abe – A melhoria contínua dos canais de comunicação com a população é uma prática que persigo ao longo da minha trajetória na vida pública. Até porque um político tem de trabalhar em função das necessidades e anseios daqueles que ele já representa ou se propõe a representar. Seguindo este princípio, aproveito, sim, todas as facilidades de interação propiciadas pelas ferramentas da internet.

Além de ter o próprio site (www.junjiabe.com), participo das principais redes sociais na internet. Faço questão de interagir com as pessoas, responder suas dúvidas e acolher propostas. Asseguro que é uma troca extremamente proveitosa para minha atuação parlamentar e também para minha evolução como ser humano, considerando que temos de estar abertos ao aprendizado constante.

Basta dizer que a grande maioria dos projetos de Lei que apresentei na Câmara Federal resulta de sugestões da sociedade, recebidas por meio dos canais que mantenho na internet. Confesso que a tarefa de cultivar o relacionamento com os internautas consome tempo. Mas, considero o investimento muito produtivo. Com os avanços tecnológicos que possibilitam os contatos virtuais em qualquer lugar, admito ser um voraz usuário das ferramentas da internet para interação social. Mais do que prestar contas, vejo no permanente relacionamento com os internautas um instrumento para aperfeiçoar meus trabalhos como representante da população.

Seguem meus principais canais na internet:

http://www.junjiabe.com

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E-mail: contato@junjiabe.com

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Frases que merecem destaque:

“Sempre se falou que o sabor da vitória é maior quanto maiores são as dificuldades superadas. É uma verdade pura. Foram muitos obstáculos vencidos até a oficialização do nosso PSD que terá seu batismo eleitoral neste ano”.

“Não fazemos oposição sistemática nem batemos continência para o governo a qualquer momento. Não somos partido de reboque e muito menos partido de cabresto”.

“Na atual conjuntura político-partidária, em que virou comum a barganha de apoio ao governo por espaço nos órgãos da União, o PSD não pleiteia cargos nem nada do gênero. Ao contrário, nossa meta é romper esta cultura daninha que tantos males gera ao País, porque retira dos congressistas a missão de fiscalizar e transforma o Legislativo em puxadinho do Executivo”.

“Será com nossa postura diária, idônea e diferente de tudo que aí está, que mostraremos, gradativamente, a essência e a filosofia de atuação do PSD aos formadores de opinião, à Imprensa e à população”.

“As últimas pesquisas encomendadas pelo Bertaiolli mostram o franco favoritismo dele em relação aos outros pré-candidatos”.

“Modéstia à parte, nossa participação na campanha de 2008, solicitando à população que votasse no Bertaiolli, foi decisiva”.

“Em que pesem as diferenças de estilo, tinha respeito e admiração por Waldemar Costa Filho”.

“Eu e Valdemar Costa Neto, o Boy, temos uma relação cordial entre parlamentares”.

“Confesso que a tarefa de cultivar o relacionamento com os internautas consome tempo. Mas, considero o investimento muito produtivo”.