Apesar da pressão do Diário de Suzano, o vereador Zaqueu Rangel (PSDB) não renunciou ainda à presidência da Casa de Leis. Por diversas vezes nas últimas semanas o jornal tem dado a entender que continuará pressionando para que Zaqueu cumpra um suposto acordo com o vereador Arnaldo Marin Junior, o Nardinho (PDT). Segundo o jornal, por ocasião de sua eleição como presidente da Câmara, Zaqueu teria prometido que permaneceria apenas um ano no posto, renunciando em 2012 para que Nardinho (vice-presidente) assumisse.
Este tipo de acordo não é inédito, tendo sido firmado, por exemplo, em 2005. Cid Cury (no PFL à época) renunciou no ano seguinte para que Israel Lacerda Filho (então no PSDB) assumisse pela primeira vez o comando da Casa.
Atualmente, o regimento interno estipula um mandato de dois anos para todos os cargos da mesa diretiva. Não há nada no regimento que obrigue Zaqueu a renunciar, ainda que exista um “acordo de cavalheiros”. Fato é que, não importe o quanto o DS e o vereador Nardinho pressionem, Zaqueu só deixará a presidência se lhe der na telha.
Mais que isso, se o acordo foi firmado em 2010, quando houve a eleição da mesa, Nardinho ainda era vereador pelo DEM (partido que tinha quatro parlamentares) e membro do grupo de oposição (o G9). Nardinho só foi eleito vice-presidente da Casa de Leis graças ao apoio dos vereadores de oposição ao prefeito. Em dois anos muita água rolou. Nardinho foi para o PDT, de apoio ao prefeito Marcelo Candido (PT) e saiu do G9. Se alguém roeu a corda, com certeza não foi Zaqueu.
O DS também tenta constranger Zaqueu dizendo que vários funcionários comissionados indicados por Nardinho foram demitidos da Casa de Leis. E aí entram duas considerações: A) se os funcionários fossem lotados no gabinete do vereador citado, seria impossível que Zaqueu os mandasse embora. Essa decisão seria exclusivamente de Nardinho, já que um vereador não pode interferir na composição do gabinete de outro. B) Há alguns anos houve uma pressão da promotoria de justiça da cidade para que não houvesse contratações de funcionários comissionados para a Casa por indicação política (aqueles que trabalham para o funcionamento da Câmara, e que não estão lotados em um gabinete). Não sei no que deu o intento, mas é importante registrar este fato.
Além disso, há algum tempo o Diário de Suzano tentou que a mesa diretora rompesse o contrato que tem com seu principal concorrente, o Grupo Mogi News, para a transmissão online das sessões ordinárias, sem sucesso. Atualmente tem se dedicado a questionar Zaqueu na presidência, para tentar encaixar Nardinho no cargo.
É bom lembrar que Zaqueu, apesar de já ter flertado com o apoio ao prefeito e ter rateado em algumas votações, nunca foi da base de Candido. Ao contrário de Nardinho, que tem aparecido sistematicamente ao lado do prefeito e dos secretários municipais, como Célia Bortoletto, candidata natimorta à prefeitura.
Nardinho foi presidente da Câmara em outro período, entre os anos de 1987 e 1988. Na ocasião, outro acordo foi rompido por ele. Relembre:
Agora, perceba como chega a ser constrangedor a posição do DS: título das notas que se referem ao vereador Zaqueu com exclamação, quase que ordenando ao parlamentar que entregue o cargo para o qual foi eleito democraticamente. Apesar de não ter sido um presidente memorável, Zaqueu não tem, até o momento, nada que desabone sua conduta. Nada que justifique esta pressão.